quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Eterna Criança? Com Certeza...

Buenas buenas peoples!!! Depois de enfrentar mais um dia de metrô lotado (não tããão lotado quanto de costume), cá estou no meu trabalho, numa quarta-feira muito quente, por sinal.




Vinha pensando, no busão, da época que eu era criança... Quanta coisa eu aprontava... Quanto pato eu pagava por outra criança mais esperta que eu (claro, tinha que ser!) por causa de livros de Psicologia rasgados, panelas areadas a seco com palha de aço enferrujada...


Quanta coisa acontecia!









Bastava uma bacia cheia d'água pra me fazer feliz. Comandos em Ação, carrinhos, lama, areia, tatu bola, tudo isso era motivo de diversão por horas a fio pra mim... No fim de semana, eu queria que o sábado morresse, pois domingo era o dia de encontrar os primos pra brincar no quintal da Vó Liles de guerra de água, ou de jogar papel higiênico Primavera (rosa) molhado no teto do banheiro, ou até deslizar com o tampo de uma cadeira pela ladeirinha que tinha pra chegar na área de estender roupa da casa...
Tudo era esquecido, ignorado, enquanto eu estivesse naquele domingo ensolarado, brincando na casa da vó...
Tempo bom aquele, onde não me preocupava com nada... Tava com o FODA-SE ligado pro Saddam Hussein atacando sei lá quem na época, ou o Impeachment do Presida Collor, ou se minha mãe num tinha dinheiro nem pra comprar leite em casa.



Um pouco de tempo que passou, ainda brincava, fui uma adolescente meio que criança, e como sempre fui muito moleca, aproveitei a deixa pra jogar video-game com os primos Dani, Marcos e David... Quando lançaram Killer Instinct, nossa, foi o auge de uma geração!!! E eu tava lá, com meus 10 anos de idade...
Logo depois, tempos difíceis vieram... Venda de coisas e coisas pra pagar a merda que os adultos faziam, corte nos doces que ficavam no armário, várias coisas que começaram a fazer falta. Quer dizer, não pra mim, enquanto me deixassem brincar com a minha bola de leite na rua com a criançada...

Escola não era pesadelo nessa época, a não ser pelos infindáveis apelidos mostrados no post anterior... Escola era sinônimo de alegria pra mim, já que gostava de estudar (sim, eu era um tanto CDF), e na hora do "recreio" era a hora de atirar bolacha de chocolate daquelas sem marca na cabeça do companheiro ao lado... Tempos bons sim...





Mais alguns anos à frente, já não tinha mais aquela liberdade de ficar com a roupa encardida e curta na rua, afinal, vc já tem uns 12 anos, os peitinhos tão começando a aparecer, e pra mãe, qualquer homem é tarado... Já veta seu direito de ser enormemente feliz do jeito que costumava ser antes...
Você também começa a prestar atenção nos meninos (ou meninas em alguns casos) da escola, ou da rua, e tá começando o processo de virar adolescente... Isso acaba com a criança... Ou seria adolescente?



Chega a 8º série, você começa a enxergar os problemas que tem em casa, com os pais, com irmãs, com família, com amigos... Se sente num mundo desconfortável e agonizante, pois não é mais aquele mar de rosas que era há pouco tempo atrás...

Como o tempo não para, começa a adquirir responsabilidades cada vez mais complicadas... Primeiro emprego, primeiro porre, primeira balada, primeiro beijo... Você não brinca mais de boneca ou de bola na rua... Agora você acorda às 6 da manhã pra pegar o metrô lotado e ficar 9 horas do seu dia trabalhando, pra ganhar R$320,00, ou até menos (ou mais)...

Começa a perceber que sua vida perde a essência que tinha antigamente, aquela energia que tinha, e quando vê uma criança brincando na rua, pensa em quanta saudade aquela época te deixou...

Depois de tudo isso, só tende a piorar, cada vez mais... Começa a falsidade para com sua pessoa em todos os lugares, a discriminação por ser isso ou aquilo, por ser negro ou por ser pobre, por ser burro ou por ser nordestino, por ser homem ou mulher, por ser adulto ou criança... Com 22 anos...

Concluo nisso tudo, que, apesar de todas as coisas boas e ruins que já aconteceram na minha vida e acontecem em todas as outras vidas ao meu redor, isso faz parte do que somos, isso faz parte da criação da sua personalidade, dos caminhos que você segue no decorrer da sua vida...
E digo, nada foi em vão...
Mas aqueles tombos feios, testadas nas quinas de mesa e raladas nos joelhos nas tardes ensolaradas de verão ficarão sempre em minha memória, até o dia da minha morte, até o fim da minha vida...
E, pra quem me conhece, isso acontece comigo até agora... Pois ainda sou uma criança, guardada num corpo de 22 anos, e serei assim, pra sempre, com as pessoas me aceitando assim, ou não.

Um comentário:

Anônimo disse...

resumindo, vc era uma peste!
Deus me livreee

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